Procurei a Uninorte, uma instituição de Ensino Superior particular da minha cidade, paguei a inscrição para o curso Gestão de Marketing e Eventos, era o mais próximo das áreas que eu me identificava. A direção me avisou que haveria uma turma, mas que dependeria de fechar a quantidade de alunos. Nunca fechou a quantidade de alunos.
Eu sei que para algumas pessoas uma coisa é fácil, e essa mesma coisa para outras é difícil. Um curso de pós-graduação para mim, entrou na lista de coisas dificeis.
Então essa parte da minha vida ficou parada. Passei um tempo desempregada e com alguns trabalhos temporários. Quando finalmente, chegou um dos momentos mais importantes da minha vida, um divisor de águas, eu fui chamada no Concurso Público para me tornar servidora da Universidade Federal do meu Estado.
O ano era de 2015, o sonho de ter uma especialização voltou a minha memória. E uma especialização que já havia sido anunciada no ano anterior, finalmente abria o processo seletivo para Asessoria em Comunicação e Política na própria instituição que eu trabalhava, fui selecionada, cursei, fiz todas as disciplinas, alcancei os créditos, inclusive com produção de artigos, mas... Já estava aguardando né, querido leitor? Não consegui realizar meu trabalho de conclusão, no prazo proposto e nem na prorrogação de um mês. E continuei sem especialização, dessa vez faltou muito pouco. Também coincidiu com o fato de em 2016 eu também ter passado para cursar Licenciatura em Letras Português. E uma pessoa procrastinadora como eu, com tantas coisas em mente, não conseguiu cumprir com o que tinha se proposto.
Foi um baque, porque da última vez que eu tinha passado pela experiência de ficar presa na fase do texto escrito de conclusão de um curso, eu havia conseguido na prorrogação, podendo tecer meu discurso de vitória e tenacidade para quem eu conhecesse, porém agora eu teria uma história diferente para dizer, uma de desistência - afinal, eu não continuei insistindo para me darem mais prazo para a conclusão - e de derrota, porque acabou que não concluí. Mas eu acredito que tudo serve de experiência e amadurecimento, ocorridos como esse não seria em vão.
Nesse meio tempo, priorizei o estudo do curso de ensino superior que eu havia iniciado. Mas em 2019, com as coisas sob controle, eu iniciei a minha 3ª tentativa de me tornar uma especialista. Me inscrevi para uma Especialização on-line em Literatura contemporânea, já que eu estava me graduando em Português, desse modo eu cursaria as disciplinas no meu tempo livre. O primeiro desafio foi assistir as video-aulas e fazer os testes, travava uma batalha pessoal, adiando e por fim assistindo e realizando as provas. Então, quando chegou na fase do artigo, após enviar a primeira versão do projeto, ficou por isso mesmo. Nunca enviei a versão corrigida e nem o artigo pronto. Um tempo depois, até cheguei a pedir uma extensão de prazo, com o intuito de escrever o artigo, mas que também não cumpri.
Finalmente chegou o ano de 2022, e depois de muita reflexão em período pandêmico que o mundo atravessou, me inscrevi em outra Pós-graduação a distância on-line e que não exigia artigo na conclusão do curso, a especialização escolhida foi de Jornalismo digital e depois de algumas provas e video-aulas, me tornei uma especialista em 2023. Pude pedir progressão de carreira.
Após mais de dez anos e quatro tentativas, finalmente me tornei uma pós-graduada. E sabe o que é mais interessante? A conclusão desse Lato sensu se deu concomitantemente quando eu estava iniciando o meu mestrado em Estudos Literários por outra Universidade Federal. Eu nem tinha terminado o primeiro desafio ainda e já conseguia ser aprovada na primeira seleção de Strictu sensu que concorri, mas sobre isso, dá um texto só pra ela, fica para uma próxima ocasião.
Obrigada por ler até aqui!
Meu conselho é que sempre acredite nos seus sonhos, mas lembre-se que as perdas e as demoras também fazem parte do processo.